sábado, 7 de agosto de 2010

Tenha uma Boa Viagem, Niterói




Hoje, EM RUÍNAS !!!
  • IGREJA DE NOSSA SENHORA DA BOA VIAGEM E
  • BATERIA DE NOSSA SENHORA DA BOA VIAGEM
O leitor (de O GLOBO) Paulo Roberto Viana fotografou a Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem e a Bateria de Nossa Senhora da Boa Viagem, na ilha de mesmo nome, em Niterói, e chama atenção para o abandono das construções, que remontam à época do Brasil Colônia.
As duas são tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), mas a administração, desde 1937, é de responsabilidade da União dos Escoteiros.
"As obras estão guardadas apenas por urubus e correm risco de desabar, devido à ação do tempo e à falta de compromisso das autoridades responsáveis pela restauração do local.", escreveu o internauta ao Eu-Repórter , a seção de jornalismo participativo do GLOBO.
O Iphan informou que a ilha não está sob domínio da instituição, mas realizou obras de escoramento na igreja há cerca de seis meses, para evitar que ela ruísse.
De acordo com o escritório da União dos Escoteiros do Rio de Janeiro, ainda faltam recursos para realizar as obras de restauração da região.
A organização garantiu que a questão da Boa Viagem é muito importante para os escoteiros, que desde 2007 tentam conseguir verba para o projeto de revitalização.
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História:A Ilha de Boa Viagem, marco natural e histórico de Niterói, está situada na costa leste da Baía de Guanabara, ligando-se ao continente por uma ponte de concreto.
Com uma área de 25.270 metros quadrados, o complexo arquitetônico é composto por uma capela originária do século XVII e pelas ruínas de um fortim. Aos edifícios seculares vieram reunir-se, em época recente, mais duas edificações.
No que se refere à história da ilha, o primeiro registro cartográfico conhecido é uma carta holandesa de Dierick Ruiters, datada de 1618. Ela pertence a um contexto da colonização da América Portuguesa, onde o ato de fortificar os pontos estratégicos assumiu uma importância fundamental para salvaguardar o controle do território pela Coroa Portuguesa.
A primeira edificação erguida na ilha foi uma pequena capela em honra a Nossa Senhora da Boa Viagem, construída por ordem de Diogo Carvalho de Fontoura. Essa edificação, localizada no terraço mais elevado da ilha, foi construída por volta de 1650 e desde então passou por várias reconstruções e reformas (1734, 1884, 1909, 1934).
De acordo como relato do viajante Thomas Ewbank, no século XIX a capela era profusamente decorada e reportava-se a temas marinhos. Ela possuía um teto pintado com cenas de naufrágios, painéis de azulejos holandeses azuis que decoravam as paredes e uma pia batismal de porcelana. Segundo ele, a maior parte da decoração era resultado de oferendas de marujos e fiéis. A ilha desempenhou a função de centro de peregrinações dos "homens do mar", ficando célebre pelas festas religiosas, as quais culminavam com uma procissão marítima.
A iconografia existente mostra que a capela possuía janelas térreas e um alpendre, uma tipologia marcante das capelas que circundavam a baía de Guanabara. Contudo, as sucessivas reformas deixaram como herança um edifício que, atualmente, compreende nave única, capela-mor mais estreita, sacristia, corredores laterais, sanitário, escadas, coro, consistório e uma torre sineira.
Num plano mais abaixo, existe a segunda edificação mais antiga da ilha: o fortim ou bateria da Boa Viagem. Apesar de algumas controvérsias quanto à data de sua construção, os registros históricos mais antigos apontam para o ano de 1702, quando o então Capitão - Governador Luís César de Menezes tomou a iniciativa de estabelecer uma posição fortificada (com cinco ou seis peças de artilharia) na Boa Viagem. Ao longo dos anos, o outrora denominado "Forte da Barra" sofreu ataques de franceses, desarmamento, reformas e foi utilizada militarmente até século XIX.
A ilha está cedida, desde de 1937, à Federação Brasileira dos Escoteiros do Mar que, em conjunto com o Apostolado da Nossa Senhora da Boa Viagem e Associação de Amigos da Boa Viagem, são responsáveis pela sua guarda.
Foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN - em 30 de maio de 1938, processos nº 101-T e nº 164 -T, inscrição nº 80, folha 15, do Livro de Belas Artes, e inscrição nº 3, folha 2, do Livro Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico.
Retirado do livro "Niterói Patrimônio Cultural", editado pela SMC/Niterói Livros em 2000.Retirado do Site:http://www.niteroivirtual.com.br/modules/myalbum/index.php?num=5&pos=15

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